domingo, outubro 21, 2007

Gestores e atitudes

LICEU DAS ARTES
Tempo ruim para os artistas potiguares
Paulo Augusto
Editor do Encartes
A falta de atitude – o que denota fragilidade da capacidade de mando, autoridade, energia e firmeza – por parte de dois órgãos federais de ensino – a Universidade federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e o CEFET/RN – Centro Federal de Educação Tecnológica do Rio Grande do Norte – mergulha num dilema os que vivem e dependem de uma solução em torno do drama que vive o prédio histórico localizado na avenida Rio Branco – patrimônio histórico do Estado – onde funcionou a antiga Escola Industrial, e que foi ocupado, em seguida, pela TV Universitária (TV-U), pertencente à UFRN.
Desde 1982, quando a TV-U passou a ter novo endereço, no Campus Universitário, o espaço vem sendo ocupado por legiões de artistas que, posteriormente, criaram a Associação República das Artes, hoje formada por cerca de 28 grupos que reúnem gente de teatro, circo, literatura, fotografia, música e artesanato, entre outros, que se mantêm a duras penas no prédio, hoje em grande parte deteriorado.
Com o argumento de que deseja atender "políticas de inclusão social do Governo Federal", o CEFET/RN, em sua proposta, argumenta que teria a intenção de fazer funcionar no prédio um Centro de Formação Profissional, disponibilizando cursos de formação para jovens e trabalhadores em geral.
Enquanto a UFRN e o CEFET/RN aparentemente medem forças, na encenação de uma briga tediosa, que vem se tornando insuportável e lamentável – pois só revela a ausência de uma política cultural vigorosa voltada para o segmento estudantil e para a própria comunidade potiguar – no intuito de resolver quem ficará com o gerenciamento do imóvel histórico, a comunidade de artistas domiciliados no prédio providencia campanhas, abaixo-assinados e passeatas e assina manifestos, procurando sensibilizar o conjunto da sociedade a fim de agregar reforço na luta pela manutenção de sua cidadela.
Na semana passada, um conjunto de servidores de todos os setores da UFRN tornou pública uma decisão consensual, dando início a uma manifestação estratégica, dentro do que conceituam como "Movimento em Defesa da Arte e da Cultura no Rio Grande do Norte" (veja abaixo), em solidariedade aos artistas instalados no edifício.
Enquanto isto, tal qual um agremiação teatral ambulante, pobre e de má qualidade, aparentemente formado por atores amadores, os dois órgãos federais continuam sua encenação caipira, com a UFRN solicitando a desocupação do prédio observando a proposta de cessão da antiga construção ao CEFET/RN.

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