domingo, outubro 21, 2007

Macau Bandalha

Um manifesto pela memória de Macau
Gilson Barbosa, 34 anos, nascido em Macau, sempre foi tratado como um filho pelo fundador do Museu José Elviro, João de Aquino. Tomando conta do museu desde 1996, Gilson Barbosa, um ex-gari, ex-coveiro e ex-zelador de cemitério, chegou a transformar-se praticamente no único museólogo em atividade da cidade, ostentando diplomas dos cursos de capacitação sobre turismo e museologia. Em 1997, ao participar de uma pesquisa sobre o imaginário do barroco brasileiro coordenada por Hélio Oliveira, museólogo da Fundação José Augusto, Gilson visitou Olinda, Cabedelo, Recife e João Pessoa. Foi freqüentador assíduo ainda de vários cursos oferecidos pela equipe do Museu Câmara Cascudo, em Natal. Atualmente, Gilson Barbosa ainda apresenta as credenciais de monitor turístico do município e se orgulha de ser agente multiplicador do programa "Meu Negócio é Turismo", do Sebrae.
O texto de Gilson Barbosa, sobre a ocorrência que aflige o Museu José Elviro, relata o seguinte:
"Mais uma vez
Às dez hora e dezesseis, do domingo, 7 de outubro (07-10-07), recebi uma ligação telefônica da sra. Auxiliadora, filha do sr. João de Aquino da Silva, quando nos encontrávamos minha esposa e eu, na praia de Camapum. Mas nesse momento não consegui falar com a mesma, pois o celular estava fora de área. Às 12h51, já em casa, é que consegui retornar a ligação e fiquei informado que Beta, outra filha do sr. João de Aquino, tinha sido informada por um senhor conhecido pelo nome de José, que o portão de ferro da parte dos fundos do museu tinha sido arrombado.
Às 13h30h, eu, Gilson, chego no museu e me deparo com mais uma ação dos vândalos. Desta vez foi arrancado o portão que dá suporte de tranca da porta traseira do prédio, deixando, com isso, um buraco de mais ou menos de 40cm na parede, por onde entrou (ou entraram) o(s) gatuno(s).
Eles levaram dois rádios (am/fm) da marca "motor rádio", um pequeno de cor preta e um maior de duas cores (verde claro e cinza), dos quais só o pequeno estava funcionando (só localizava a rádio Salinas-Macau), os quais pertenceram à residência do sr: João de Aquino. Também foi furtada uma máquina fotográfica da marca "Navaca I f3-5', de cor creme claro, que pertenceu a Máximo Costa da Silva (neto de Pedro Pipoca); uma bacia de plástico (média) de cor verde, que era usada para lavar as mãos também foi furtada. Foi observado que dois armários foram abertos e mexidos: os mesmos contêm livros e documentos diversos (não levaram nada). Mexeram em louças de porcelanas, que estavam numa estante(usada para este fim), mas não levaram nenhuma, pois deixaram algumas por sobre a exposição das algemas que foram usadas para prender os escravos. Mexeram ainda numa caixa contendo livros diversos, os quais foram jogados no chão, e a caixa de fora do museu.
Sendo esse fato registrado em menos de cinco meses: o primeiro em 22 de Junho de 2007: Natureza - furto, aproximadamente 50m de cabo de energia (cobre). O segundo, dia 02 de julho de 2007: Natureza - danos ao patrimônio público, foi observado que uma parte do museu havia sido destelhada e que aparentemente nada foi furtado. Terceiro: dia 16 de julho de 2007. Natureza - danos materiais, destelharam mais ou menos nove telhas e entraram no interior do museu e mexeram num armário, onde existem quadros religiosos. Nada foi roubado. E o quarto fato foi esse, acima apresentado. Gilson Barbosa. Responsável pelo Museu José Elviro."

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