sábado, maio 19, 2007

A perdição do poder

Por último, no mais recente lance trazido pela PF, na chamada Operação Navalha, como se fosse uma novela das oito para nós, "consumidores", sabemos que uma organização criminosa, ramificada por todo o país, mas tendo como centro e núcleo duro uma empreiteira baiana, a construtora Gautama, desviou, ao menos R$ 31,101 milhões dos cofres públicos nos últimos anos.
E quem ali está, indiciado, acusado, preso, por roubar (foto), ao receber dinheiro por obras que não realizou, tendo, em um dos casos, o valor desviado do Ministério das Cidades alcançado R$ 10 milhões?
Quem se via seduzido pela empresa Gautama, que coordenaria o esquema de fraudes nos Estados de Alagoas, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Sergipe, Pernambuco, Piauí, Maranhão, São Paulo e no Distrito Federal?
Nada menos que o ex-governador do Maranhão e ex-ministro de Sarney, José Reinaldo Tavares (PSB), o filho do ex-governador João Alves Filho (DEM-SE), João Alves Neto, dois sobrinhos do governador Jackson Lago (PDT-MA) —Alexandre de Maia Lago e Francisco de Paula Lima Júnior —, além dos prefeitos de Sinop Nilson Aparecido Leitão (PSDB-MT) e de Camaçari Luiz Carlos Caetano (PT-BA).
E tem mais, pois a relação é extensa. Contam os jornais: "A operação também prendeu o deputado distrital Pedro Passos (PMDB), o funcionário do Planejamento Ernani Soares Gomes Filho cedido para o gabinete do deputado Márcio Reinaldo Moreira (PP-MG), além do assessor especial do gabinete do ministro Silas Rondeau (Minas e Energia) Ivo Almeida Costa e do superintendente de Produtos de Repasse da Caixa Econômica Federal Flávio José Pin. Também foram detidos o secretário de Infra-Estrutura de Alagoas, Adeílson Teixeira Bezerra; o diretor do Detran de Alagoas, Márcio Menezes Gomes.
A organização criminosa, com base na Gautama, que seria uma dissidência da OAS, empreiteira da Bahia, já famosa por envolvimento no passado com situações assemelhadas. "Para conseguir a liberação do dinheiro, a empreiteira teria pago, pelo menos, R$ 1,057 milhão para governadores, secretários de Estado, servidores públicos e prefeitos. O valor das propinas varia de R$ 56 mil a R$ 240 mil", contou a Folha de S. Paulo.

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