sábado, maio 19, 2007

A perdição do poder

Por estas bandas, sabe-se, de ouvir falar, mas nada chega aos finalmente. Como a boataria em torno do prefeito de Guamaré, Dedé Araújo, que teria sido denunciado pelo promotor de Macau, Wilkson Vieira Barbosa Silva, que teria pedido o seu afastamento, tendo Dedé sete dias para se defender da emissão de cheques sem fundo.
Por estas bandas ouve-se falar. Em Macau, com base em documentação oficial, o próprio Orçamento de 2006 do município, de um total de R$ 62 milhões, sendo de R$ 67 milhões para 2007, descobre-se que pelo menos R$ 22 milhões previstos para obras no município não foram aplicados, já que as obras nunca foram concluídas e apresentadas aos munícipes.
Agora mesmo tivemos, na sexta-feira, a posse do procurador-geral de Justiça para o biênio 2007/2009, na pessoa do promotor de Justiça José Augusto de Souza Peres Filho, que atuação intensa e extensa voltada para a defesa do consumidor.
José Augusto Peres, que é professor de Direito do Consumidor na Escola da Magistratura e na Universidade Potiguar, e que tomou posse em solenidade das mais badaladas, com a presença de autoridades centrais dos três poderes, no Centro de Convenções, em Natal, escreveu, para o jornal o Poti, no domingo 16 de abril do ano passado, um dos textos mais contundentes acerca da situação que se vive no Brasil, a que intitulou "Cleptocracia, ou o governo dos ladrões" (foto).
Ali ele explicava que, "segundo uma das divisões tradicionais das formas de governo, estes podem ser monarquias, aristocracias ou democracias. Ou seja, o poder, no primeiro caso, é exercido com base no ‘direito’ de uma família; no segundo, o poder é exercido por uma elite (racial, econômica, religiosa); no terceiro, o poder é exercido pelo povo e por seus representantes. Também existem formas degeneradas de governo. A tirania, a oligarquia, a demagogia. São o exercício arbitrário e cruel do poder, o poder exercido por um pequeno grupo e o poder exercido, supostamente em nome do povo, fazendo promessas que não podem ser cumpridas. Mas não é de nenhuma dessas formas de governo que vamos falar. Trataremos aqui de uma outra, tão perversa e cruel quanto as demais. É a cleptocracia. O termo advém das palavras gregas "clepto" (tirar) e cracia (força, poder). Ou seja, é o poder dos que tiram, o poder dos ladrões."

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