sábado, setembro 08, 2007

Fundação José Augusto: ‘Ninguém merece’

"E, por outro lado, se você observar bem: eu sou amigo de Crispiniano Neto, não tenho nada contra ele; sou amigo de Fábio (Fábio Henrique Lima de Almeida, nomeado pela governadora Wilma de Faria, em 27.02.2007, para exercer o cargo de provimento em comissão de Diretor da Fundação José Augusto); conheço "n" figuras da fundação. mas, simplesmente, a direção do PT que indicou esses nomes aí deveria se mancar um pouco e respeitar as pessoas que fazem cultura aqui na nossa cidade. Porque, antigamente, a Fundação José Augusto editava livros; recuperava o patrimônio histórico e arquitetônico da cidade; promovia encontros culturais; intercâmbios entre Natal-Pernambuco e outros; realizava promoções no campo das artes plásticas. Todo mês promovia uma exposição de um grande artista potiguar, ou nordestino, ou brasileiro.
Depois, por último, criou essas Casas de Cultura, mas simplesmente, hoje, a Fundação José Augusto não faz absolutamente nada. Nada. nada. A grande coisa que fazia de grande importância era a revista Preá. Era simplesmente a revista Preá. Essas Casas de Cultura, hoje, são, nada mais, nada menos, do que umas Capitanias Hereditárias, onde todas fracassaram. Porque as capitanias hereditárias, houve a de São Vicente e a de Pernambuco que deram lucro, que funcionaram. Das Casas de Cultura, não tem uma que seja um exemplo. De se dizer: "essa aqui está honrando o nome, o investimento que foi feito". Depois, vive-se aí falando de se criar mais 30, 40 casas. Eu acho que a única coisa positiva disso aí é recuperar a arquitetura da cidade, nessa casa. Só. O restante é só defeito. Porque eles colocam simplesmente umas pessoas que não sabem nem, se você disser assim: "Fulano, quantos caroços tem um abacate?" Tem alguns profissionais que não sabem nem responder isso. De você dizer assim: "Mas, meu colega, como é que pode, você ficar à frente disso aí?".
Depois, por outro lado, fica a Casa de Cultura brigando com o município. A Casa de Cultura, que é do Governo do Estado, fica brigando com o município. Um grande exemplo é Macau. Eu fui promover um evento lá, e sugeri para o administrador: "Olhe, vamos fazer aqui na Casa de Cultura". Ele disse: "Não, não pode, porque isto aí é do Governo do Estado. Vamos fazer nesse outro, que é do município." Isso é inadmissível em pleno 2007. No século XXI e tal, com toda essa modernidade, não pode existir uma coisa dessas. Não pode, mesmo, de nenhuma maneira.
Enquanto isto, também não é absolutamente nada pessoal, como já falei, a Capitania das Artes vem dando goleada em cima de goleada, com relação ao fazer cultural na cidade. A Capitania está sendo um exemplo. Se a gente pensar bem, só o Governo de Djalma Maranhão foi quem mexeu tanto com a cultura potiguar, com a cultura natalense. E mexer com qualidade. Com a cultura popular, com a cultura erudita, com música, com publicações. Por exemplo: a revista Brouhaha é a melhor publicação que foi feita no Rio Grande do Norte desde 1599. Nunca se fez uma publicação tão séria, em nível de conteúdo e no nível de qualidade gráfica, quanto a revista Brouhaha. Aquilo ali, sim, é que um exemplo. É um cartão-postal. Quando a gente manda para uma pessoa de fora, chega você se sente orgulhoso. Em saber que a pessoa que vai receber lá já vai fazer uma questão de querer ser um assinante. De querer ter um contato, um intercâmbio, para ficar recebendo essa publicação. Isso sim é que é fazer uma coisa diferente."

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