sábado, setembro 08, 2007

Fundação José Augusto: ‘Ninguém merece’

E, eu não quero levantar nada, mas é até uma coisa muito esquisita nesse ponto. Agora mesmo está passando uma propaganda na televisão, de uma tal de Feliz-Idade. Eu pensava até que fosse coisa da terceira idade, dos velhinhos e tal. Mas, que nada. É simplesmente um show de Renato e Seus Blue Caps, os Folhas, The Fevers e Os Trepidantes. Simplesmente, esse projeto custa 600 mil reais. Com um dinheiro desse dá para você comprar três, quatro ônibus, de extrema qualidade.
Dá para você construir 50 casas populares, só com um projeto desses, de cultura, extremamente duvidoso. E também, o mais agravante: se você fizesse e deixasse tudo no 0800, em termos de cobrança de ingresso. Mas, que nada. Tudo que se faz, você cobra ingresso. Você cobra um valor - 10, 20, 30 reais. Quando é um carnaval fora de época, você apresenta também na Lei, um valor absurdo, tipo 400, 500 mil. E ainda vende uma camisa por 30 reais. Com isso aí, a Lei de Cultura já perdeu toda a credibilidade. Ela já caiu no ridículo. Ela provou que não tem nenhuma importância. Muito pelo contrário, ela é só para beneficiar alguns grupos, que todo ano vão renovando isso aí.
E depois, é para desmoralizar mesmo a nossa cidade. Noutro ponto, o que seria uma solução disso aí, seria o governo criar um Fundo de Cultura, com uma comissão séria, com nove ou 11 componentes de qualidade. E, ao fazer isso aí, chegar o cidadão, perguntar: "Colega, quanto é o seu projeto? É R$ 50 mil? Não, ele só vale R$ 18 mil. Então, está aqui os R$ 18 mil". Isto para socializar, para distribuir a cultura. E não ficar nisso aí. Porque assim, dez empresas que promovem dez eventos, levam todo dinheiro da Lei de Cultura, R$ 4,5 milhões, R$ 4 milhões. E nunca se renova. Todo ano é isso aí. Não pode existir uma coisa dessas.
A Fundação José Augusto, hoje, com todo respeito, tem a maior concentração de cabas incompetentes, inúteis, por metro quadrado. A Fundação hoje tem 1.150 funcionários. Mil cento e cinqüenta funcionários que levam do erário, mensalmente, quase dois milhões de reais.E simplesmente não tem nenhuma produção. Nenhuma produção mesmo. Então, simplesmente, eu queria saber qual o critério que se usa para colocar essas pessoas lá? Porque tem cidadão, colega, que não sabe nem ferver uma água. E está na Fundação José Augusto. Tem caba lá que ganha o diploma de preguiçoso, em nível de Rio Grande do Norte. Ganhou o Diploma do Maior Preguiçoso do Rio Grande do Norte, e está lá. Cargo comissionado. Ocupando uma coisa em que você tem que promover, você tem que fazer cultura. Isso é simplesmente demais. E é uma agressão ao natalense, ao norte-rio-grandense. E principalmente às pessoas que trabalham na área cultural. Porque, de repente, nisso aí, está se usando dois pesos e duas medidas. Porque você pega e coloca um fulano que não sabe fazer absolutamente nada. E aí, quando você está na Oposição, fica criticando fulano, beltrano e sicrano, por isso e por isso. Porque é corporativismo, porque ali está puxando a sardinha para o seu lado.
Porque, se se coloca essa coisa de que "Fulano é do Partido tem que entrar e tal", era para se colocar uma pessoa do Partido, e um prático ao lado. Um prático ao lado, para que se pudesse dizer: "Olhe, eu não vou fazer, não, agora, Fulano vai fazer". Porque, senão, a cultura do Rio Grande do Norte vai começar a cair no ridículo, assim, na ponta do lápis, em nível de Brasil. Porque quando um cidadão tomar conhecimento que, de repente, a revista Preá acabou e você nem diz nada nem oficializa o enterro, isso é demais."

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