quinta-feira, maio 03, 2012

Genival Rabelo: referência no jornalismo brasileiro





Genival Rabelo: brasileiro consciente das 
contradições e das prerrogativas nacionais

Paulo Augusto


O jornalista e escritor natalense Genival Rabelo, falecido aos 77 anos, em  janeiro de 1998, foi um homem teimoso. Incomodado desde cedo com a situação do Brasil como país submisso aos interesses dos países hegemônicos, não arredou o pé um milímetro acerca do que se determinou fazer, nas páginas dos jornais, desde que decidiu estabelecer como sua tarefa particular, a defesa do nacionalismo e da soberania nacional.
Genival, sobrinho do poeta e trovador potiguar Luiz Rabelo e primo do artista plástico e escritor Dorian Gray, era radicado no Rio de Janeiro, tendo regressado ao Rio Grande do Norte eventualmente, para visitas sentimentais ou para missões especiais a que se dedicava. Como a que encetou em novembro de 1997, quando lançou em Natal seu 18o livro, Denúncias, Episódios & Personagens - Coletânea de um Repórter (Edição do Autor), onde reúne trechos substanciais de suas principais obras.
Formado em Direito no Rio de Janeiro (1944), fez jornalismo desde 1939. Dono de uma cultura invejável, fruto de sua privilegiada inteligência e curiosidade, Genival descartava o circunstancial e o provisório dominantes em nossa imprensa diária, mergulhando fundo em cada artigo que escrevia, remetido a dezenas de jornais espalhados pelo País, na defesa do Brasil para os brasileiros. Explicava às novas gerações por que o Brasil deu no que deu, resultado de suas “oportunidades perdidas”, aliás título de um dos seus livros.
Marca que acompanha os seus 18 livros, em todos ele demonstrou o denodado esforço para a defesa da riqueza nacional, mesmo vivendo a angústia de vê-la ser transferida, com as seguidas privatizações, para as mãos do sistema econômico internacional. Sua luta, antes de lhe arrefecer os ânimos, mais lhe apetecia e inspirava.
Por volta de 98, tendo escrito quase duas dezenas de artigos intitulados “Vamos conversar, Presidente?”, reuniu-os em livro (Edição do Autor), e ali mostra seu pensamento acerca do Plano Real e da administração do sociólogo Fernando Henrique Cardoso. Com a obra, ele convida o presidente para um debate franco e elucidativo, que marca sua posição como brasileiro consciente das contradições e das prerrogativas nacionais.

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