quinta-feira, janeiro 17, 2008

NATAL METRÓPOLE 2020

Oportunidades e riscos da metropolização
Paulo Augusto Silva
CASANOVA - Jornal dos Imóveis
Ao contrário da euforia verificada no métier onde se planejam e divulgam os milionários negócios imobiliários, cujo cenário toma proporções monumentais e avassaladoras, tal a monta dos investimentos, chegando alguns profissionais ligados diretamente à área a dizer que o Rio Grande do Norte ainda está no começo da boa fase das inversões de capital em imóveis, é taciturno o clima vivenciado por um grupo de estudiosos que se debruçam sobre as perspectivas desse crescimento, ao seguirem as pistas e vestígios deixados no rastilho desse chamado "boom" do ramo da construção civil.
O franzido na testa e a fisionomia sombria, carregada, ganham ainda mais intensidade no rosto desses técnicos a cada anúncio de lançamentos de novos projetos imobiliários, a se espraiarem a partir das franjas da capital, em busca dos contornos dos municípios vizinhos, prenunciando, para breve, a conurbação, ou seja, a interligação de toda a extensa área urbana formada, a partir de Natal, por cidades e vilarejos que forem se unindo, desenvolvendo-se um ao lado do outro, na formação de um único conjunto urbano.
Trata-se, muito especialmente, dos resultados a que chegam, a cada análise que elaboram, os profissionais de variados gêneros do Grupo Técnico da Região Metropolitana de Natal (RMN), instalado no interior da Secretaria Estadual de Planejamento (Seplan), no Centro Administrativo, onde dissecam e esquadrinham toda a trama atualmente urdida a partir do núcleo da capital, e que se estende por nove municípios circunvizinhos: Natal, São Gonçalo do Amarante, Parnamirim, Macaíba, Ceará-Mirim, Extremoz, São José de Mipibu, Nísia Floresta e Monte Alegre.
"Nós estamos falando de uma região que tem muitas contradições, mas uma região que concentra a maior parte das riquezas do estado. Basta dizer que 48% do PIB, quase a metade do Produto Interno Bruto, da riqueza gerada no Estado, estão nesses municípios. Se incluem aí a indústria e o comércio. O que circula de riqueza e o que é produzido de riqueza no Estado, quase que metade, está nessa região", pontua George Câmara (Foto), coordenador da Região Metropolitana de Natal (RMN), e destacado membro do Grupo Técnico criado especialmente para fazer "a transição entre uma situação em que não existia absolutamente nada com a situação de implantação efetiva da RMN".
"Nesse conjunto de municípios você tem 5.1% do território do estado, uma região muito pequena, do ponto de vista físico-territorial, onde moram 42% da população. Um milhão, 260 mil pessoas (1.260.000 habitantes) morando nesses nove municípios, entre os quais Natal desponta com quase 800 mil, 780 mil habitantes, e as demais cidades compondo esses quase 1 milhão 300 mil habitantes." (Foto: Paulo Augustuo.)

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