quinta-feira, janeiro 17, 2008

Metropolização da pobreza

Natal vive a ‘metropolização da pobreza’
No caso do Rio Grande do Norte, enfatiza George Câmara, a RMN terminou sendo objeto de um estudo científico, contratado no final de 2006, para tratar de estudar a região e propor alternativas; que projetos estruturantes podem ser desenvolvidos para que possam realmente enfrentar essa problemática.
"Veja o problema da desigualdade. Essa região do estado tem muita riqueza, é verdade, mas tem muita pobreza também. Natal, só Natal, tem quase 80 mil indigentes, chega a 86 mil indigentes. Sobre as favelas, há estudos que apontam 70 delas, outros 84. Pode-se observar um dado em especial: essas regiões metropolitanas, no caso a nossa também, mostram um retrato 3 x 4 do que é o Brasil, na sua desigualdade. Nós encontramos aqui as mais bonitas mansões do Estado do RN, mas também a maior quantidade de favelas. Nós encontramos aqui as melhores universidades, mas encontramos 79 mil analfabetos em Natal. Se pegássemos os analfabetos de Natal e fôssemos colocar numa cidade, ela seria a quinta maior cidade do Estado. Se a gente fosse segregar, absurdamente, num exemplo grosseiro. É um percentual de 10.9% - da RM é o menor percentual. Mas, em volume de população absoluta, é um valor muito alto. Seria a quinta maior cidade do estado."
Diante desse quadro, diz George, o Governo do Estado contratou um estudo, chamado "Plano Estratégico de Desenvolvimento Sustentável da Região Metropolitana de Natal - Natal Metrópole 2020".
"Ele é composto por estudiosos da questão metropolitana no Brasil inteiro, coordenados por duas estudiosas: a professora Livramento Clementino, da UFRN, e a professora Tânia Bacelar, da UFPE. Elas estudam essa realidade, a partir de três dimensões: a físico-territorial - essa mancha urbana, seu crescimento, no que isso atinge as pessoas; o meio ambiente - que é a parte físico-territorial e ambiental. A parte socioeconômica: como está o nível de renda, a geração de emprego, o desemprego nessa região; as possibilidades econômicas estão sendo trabalhadas? E também a dimensão político-institucional: o nível de leis, o arcabouço legal. E observa-se o grau de compartilhamento metropolitano: se os prefeitos estão integrados na questão metropolitana, qual o grau de cultura metropolitana existente para tratar essas questões. Tudo isto sendo objeto desse estudo. Esse ‘Plano Estratégico de Desenvolvimento Sustentável da Região Metropolitana de Natal’ já foi concluído, está sendo validado agora, por um comitê local, composto por 34 instituições locais, entre prefeituras, Governo do Estado, entidades e repartições públicas. Nós reunimos um comitê de acompanhamento à elaboração desse plano, e esse comitê vem se reunindo regularmente e analisando os produtos oferecidos. Reuniram-se em torno de 21 projetos estruturantes, mostrando o seguinte: se tudo continuar como está, a tendência do cenário é catastrófica. Nos próximos 12, 15 anos, vai estar nessa situação. Se não fizer nada, Natal vai estar o caos total." (Publicado na edição de Janeiro 2008 do CASANOVA - Jornal dos Imóveis, periódico de distribuição gratuita e dirigida, Natal/RN).

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