quarta-feira, setembro 07, 2011

A riqueza do mar e a redenção de Macau



FM – Como gostaria de terminar essa entrevista?
EA – Gostaria de terminar essa entrevista, primeiro agradecendo a oportunidade de estar falando sobre essa política que foi assinado o acordo no final de 2006, mas somente em 2007 começamos pra valer e de lá pra cá, fizemos uma caminhada muito grande. Fazendo um balanço, um resumo dessa política durante esses três anos, nós tínhamos cinco cursos e hoje temos mais de setenta e dois cursos em pesca e aquicultura, com mais de quatro mil e oitocentos (4.800) alunos matriculados, ou seja, estamos capacitando uma geração para responder a necessidade do mundo do trabalho da pesca e da aquicultura, portos e navegação. Para que isso pudesse acontecer, tivemos que contratar professores efetivos para os nossos institutos, portanto concursados, hoje são mais de trezentos e oitenta que entraram nessas instituições, todos já bem qualificados com mestrado, doutorado. Temos agora o programa de mestrado e doutorado sendo vinte e cinco vagas para mestrado e vinte e cinco vagas para doutorado com a Universidade Federal do Rio de Janeiro e mais vinte e cinco vagas sendo quinze para mestrado e dez para doutorado com o LABOMAR – Instituto de ciências do Mar, na Universidade Federal do Ceará. Temos uma política de barco-escola, que esse é o diferencial extraordinário. Hoje temos dois navios-escola, um que está sediado no Instituto Federal do Rio Grande do Norte – IFRN e que este barco está vinculado ao campus Macau e já estamos trabalhando nas licitações. Ele foi reformado na base naval de Natal e agora em novembro de 2011, nos entrega todo perfeito, já pra fazer a primeira viagem de inauguração. Temos um na Paraíba e mais treze barcos–escola menores. Os navios têm trinta e dois metros, os outros têm entre vinte e vinco e cinco metros de comprimento. Esse é o diferencial, o barco-escola, porque o aluno aprende tudo que precisa nesses laboratórios ao ar livre. Pescadores que tem aula teórica em terra vão pra o mar para vivenciar na prática tudo que aprendeu, tanto pescadores de colônias quanto nossos alunos dos cursos regulares. Esses barcos vão servir a toda uma comunidade. Estamos construindo dois centros de navegação, que nem a Marinha tem, um em Cabedelo, na Paraíba e outro em Itajaí, esse está servindo de modelo para Instituto Politécnico do Atlântico Norte que fica na Espanha. Vamos formar gente nesses centros de navegação do Brasil, da América do Sul e da África, ou seja, existe uma integração. A política que é a menina dos meus olhos, que é a de pescadores, o Pescando a Cidadania e que a gente vai fazer multiplicadores e o campus Macau foi quem deu o passo para que isso acontecesse. Os nossos núcleos de pesquisa aplicada a pesca e aqüicultura, hoje somos trinta núcleos de pesquisa em todo o Brasil, de Norte a sul, de Leste a Oeste e no ano que vem iremos criar mais dez novos cursos e novos núcleos. Estamos destinando mais de quatro milhões (R$ 4.000.000,00) para a pesquisa aplicada no ano que vem nesses núcleos. Então essas notícias são fatos, com recursos aprovados e que isso muito me alegra, porque isso é uma política humana. Hoje as escolas esquecem de falar disso, portanto, quando se fala de política humana se fala de valores, responsabilidade, honestidade, solidariedade, amor, compreensão, diálogo, criação de pontes, integração desses valores. Então nós temos um trabalho de respeito aos pescadores, partindo da realidade deles, por isso foi esse processo. O Certific, que vem certificando os saberes dos pescadores. Digamos que não tanto daqui a dez anos, mas daqui a cinco anos, essa região será muito diferente. O número de técnicos preparados pra trabalhar aqui será grande. Ainda nem formamos a primeira turma e já está produzindo efeitos extraordinários. Foi uma revolução nos nossos institutos, haja vista, quem em nossos institutos ninguém falava em pesca, aquicultura, portos e navegação, era só mecânica, informática, edificações, eletrônica. Hoje, como diz o Reitor Belchior, hoje a gente já ouve falar nos nossos institutos aqui no RN, pesca, aquicultura, portos e navegação, ou seja, a mudança na cultura, portanto, é uma política benquista e querida em todo o Brasil e o mais importante que eu vejo é que criou-se uma rede no país, que os institutos se comunicam entre si. Hoje temos o portal da pesca (www.pesca.iff.edu.br), onde você pode acompanhar tudo que acontece sobre o assunto. Nesse site, até o deslocamento do coordenador pode ser verificado, isso se chama transparência. Qualquer um dos núcleos pode verificar onde está o coordenador o que está fazendo, está nesse portal, toda a programação, pois o coordenador só pode se deslocar se tiver uma programação a qual é acertada toda com antecedência. Isso é o respeito pelo dinheiro público e a transparência do que é feito.
Foto: aqui

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