terça-feira, setembro 09, 2008

Abin na berlinda

Virgílio ‘bate boca’
com Paulo Lacerda no Senado
Blog do Josias de Souza
09/09/2008
Afora a reiteração de negativas, resultou em rififi a sessão da Comissão de Controle de Atividades de Inteligência.
De um lado, o líder tucano Arthur Virgílio (AM). Do outro, o diretor afastado da Abin Paulo Lacerda.
Lacerda reiterou algo que já dissera: os equipamentos da Abin não têm capacidade para realizar grampos.
Virgílio lembrou que o ministro Nelson Jobim (Defesa) dissera coisa diferente: a Abin comprara maletas aptas a fzer escutas. O senador pespegou: "O ministro mentiu?"
Lacerda deu uma resposta atravessada: "Eu afirmo, como diretor da Abin, que ela não possui [equipamentos de escutas]..."
"...Eu não posso dizer nada em relação ao ministro Jobim. Eu acho que Vossa Excelência deveria indagar o ministro Jobim."
Abespinhado, Virgílio subiu o tom: "Eu não sou seu preso, não. Estou aqui como parlamentar. Então, o ministro Jobim mentiu?..."
"...Não me trate como se eu estivesse pendurado em algum pau de arara, porque não estou."
A turma do deixa-disso entrou em cena. Depois, Lacerda retomou o timbre lhano que lhe é característico:
"Compreendo a sua indignação, mas gostaria que Vossa Excelência compreendesse a minha..."
"...Depois de 62 anos de vida, sem nenhuma mácula, ser acusado de grampo clandestino em poderes da República, isso me deixa profundamente indignado."
Antes de Lacerda, o general Jorge Felix, ministro-chefe do GSI defendera a Abin ao ser inquirido pelos membros da comissão. Disse que a Agência foi "julgada e condenada."
Lamentou: "A imagem negativa ficou. Eu não estou dizendo que tem ou não tem [grampos executados por agentes da Abin]..."
"...Mas a agência tem sido sistematicamente acusada de fazer e, às vezes, de não fazer coisas, de não alertar o presidente de coisas feitas por maus cidadãos brasileiros."
À falta de investigações conclusivas, Félix perscrutou as alternativas: "O que temos efetivamente?..."
"...A confirmação do presidente do STF e do senador Demóstenes de que o diálogo foi aquele efetivamente travado entre eles..."
"...Temos concretamente que o telefonema foi gravado. Pode ter sido em um dos dois lados, e pode ter sido onde são feitas mais de 90 e muitos por cento das interceptações, das operadoras telefônicas."
Ouviu-se também o diretor da PF, Luiz Fernando Correa. Tratou de defender a corporação dele: "O nosso objetivo não é fazer espionagem, mas produzir provas."
Na seqüência, todas as pessoas estranhas à comissão foram "convidadas" a deixar o recinto. Seguiu-se uma sessão secreta, com a presença de Lacerda, Felix e Correa.
Antes, os congressistas aprovaram a convocação do espião aposentado Francisco Ambrósio do Nascimento –o ex-SNI que atuou na Operação Satigraha. (Fonte: Blog do Josias)

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