quarta-feira, janeiro 21, 2009

Um governo de gambiarra

Capitania: casulo novo para
jovens aspirações?
Isto porque, para nós e para aquele quinhão pasmado da população, que reúne contribuintes e eleitores, enfim, cidadãos, cultura diverge - e muito - de entretenimento, de divertimento e distração. A Capitania das Artes dispõe - e sempre disporá - de um orçamento invejável, recursos sonantes e prontos para serem capturados, facilidades burocráticas, livre trânsito para as patacas e os jabaculês, daí porque ser propícia para a implantação e consolidação de políticas culturais, oportunizadas no decorrer de quatro anos, alcançando nos seus propósitos uma clientela muito mais precisada, vasta e com melhor retorno do que os valores desembolsados em efemérides pontuais, passageiras e perdulárias, e sem quaisquer compromissos, tanto da parte de quem oferta quanto do seu consumidor. Quando se sabe que a única política pública efetivamente implantada nas últimas décadas, em termos de investimentos pesados estatais, tem sido a do extermínio da juventude, em especial da camada juvenil da periferia, esperava-se, de uma Borboleta, que trouxesse o desabrochar de novos talentos, que fizesse da Capitania um casulo novo para jovens aspirações culturais, enfim, que transformasse no Trampolim da Vitória dos mais necessitados, um instrumento público de promoção da verdadeira cultura. Nunca a ameaça de vir a transformar-se numa caixa de registros mercantis, a negociar valores vis, ou para ordenar e controlar o movimento e os passos de sonhadores e artificiosos, contá-los e enumerá-los e, por fim, utilizá-los como numa roleta russa nas próximas eleições.

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