sexta-feira, setembro 04, 2009

Acervo: colaborações das grifes mais distintas

“Todos os blogs colocam o perfil de seus autores. E o meu foi muito sucinto: Manoel de Oliveira Cavalcanti Neto, natalense alfabetizado e avô coruja. As duas coisas mais importantes para mim. Porque, para mim, todo o resto é decorrência”, diz Manoel Neto (foto), quando da apresentação do blog ao JORNAL DOS IMÓVEIS, edição de agosto 2009.
O processo de surgimento e evolução do blog e seu acervo, que já conta com precioso acúmulo de informações, se deu, segundo ele, a partir de conversas com amigos, igualmente natalenses, apaixonados por este sítio, e nostálgicos dos bons tempos aqui experimentados.
“A primeira publicação no blog foi no dia 31 de agosto de 2008. Na próxima semana, estará fazendo um ano. O blog começou de uma brincadeira. Eu recebi um e-mail de um amigo, que recebeu de outro amigo, que recebeu de uma amiga - com frases, basicamente, sobre locais de Natal que não existem hoje. A Sorveteria Oásis, o Cabaré de Maria Boa, o Pouso do Tetéo, na Avenida 15, o Énosso, na praia de Areia Preta. Tinha umas 30 citações de pontos de Natal, e eu acrescentei, bem ligeirinho, inúmeros outros locais e eventos, como a Festa da Mocidade, Festa de Nossa Senhora da Apresentação e Santos Reis, entre outros.”
Quem acessa o blog na atualidade, confirma o crescimento acelerado de seu patrimônio, que contabiliza, entre outros eventos e efemérides, fatos como o dirigível Zeppelin sobrevoando a cidade, as Marinetes e seus passageiros, o Acácia Bar, no Grande Ponto, os bondes, que iam da Ribeira pelo Alecrim e Ladeira do Sol até o Aero Clube, grifes do comércio como a Casa Rubi, Casa Régio, Cantina Lettieri, Livraria e Papelaria Walter Pereira, animações produzidas pela Cachaça Murim e o Ron Merino, os vinhos Capelinha Suave, Sangue de Boi e Raposa. As festas no Atlântico e na Assen, os encontros no Granada Bar, na Rio Branco. Os Festivais de Música no Palácio dos Esportes, com a presença de The Jetsons, Impacto 5, Os Vândalos. O medo arrepiante da Viúva Machado e da Tintureira. E a presença de personadidades como Zé Areia e Olívio, da Confeitaria Delícia. Os shows com o Trio Irakitan de Edinho, Joãozinho e Gilvan, e a cantora Glorinha Oliveira nas matinês da Rádio Poti, e a eterna lenga-lenga entre Xarias como Paulo Maux e Djalma Maranhão, e Canguleiros como Câmara Cascudo e João Café Filho.
“A partir daí, mandei um e-mail a todos os endereços que eu tinha no meu e-mail, comunicando o surgimento do blog. E através de Marcos Pedroza, amigo meu, entusiasta, que tem centenas de contatos no seu e-mail, ele mandou para todos os endereços. E começaram a surgir sugestões e colaboradores. Como se vê, toda vida eu dou os créditos a quem são devidos. E nessa brincadeira, chegamos a quase 900 citações. E eu comecei a publicar coisas sobre Natal. Então, no blog tem postais de Natal do século XVI. Século XVII, domínio holandês, século XVIII, século XIX, século XX. Mas, sempre mantendo o espírito dele, a finalidade dele, que é registrar, arquivar, a memória de nossa cidade, o que é muito importante. Minhas publicações, eu faço em média - não tenho tempo suficiente -, as publicações são em torno de 8 a 10 por mês, hoje. Mas as pessoas sabem que toda semana tem uma ou duas publicações. Tem coisa nova. Estou mudando sempre, duas, três vezes por mês. Tem o arquivo do blog, uma lista dos blogs com os quais eu tenho mais contato. Dentre eles, tem o Rosa Morena, de Alderico Leandro, tem o Teorema da Feira, de Lívio Oliveira, Pery Lamartine, o próprio nome do blog é Pery de Serra Negra. E outros mais. ”
Aproveitando o sucesso do livro de frequencia do blog, Manoel Neto, apesar de não ser escritor, como ele mesmo frisa, já providencia a publicação em livro impresso da coletânea de assuntos de seu cabedal.
Entre as personalidades presentes, salientam-se desde acadêmicos a figuras populares, que marcaram presença na cidade. “Nós resgatamos muitas pessoas que foram importantes em Natal, e estão esquecidas. Muitas das quais convivi com elas. Posso dizer Palmyra Wanderley, Floriano Cavalcanti, Tarcísio Medeiros, Esmeraldo Siqueira. E estou sempre falando dessas pessoas. E muitas que eu procurei resgatar, e consegui. Há umas quatro publicações, umas seis ou sete fotos, sobre Maria de Oliveira Barros. Ela foi uma pessoa muito importante desta cidade, que era Maria Boa. Ela é um mito da cidade, uma celebridade, e as pessoas pouco sabem sobre ela. E tem histórias interessantes e muito importantes. Sempre procuram denegrir a pessoa de Maria Boa, quando, na realidade, ela foi uma verdadeira cortesã.” (Texto e foto de Paulo Augusto.)

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