sexta-feira, junho 12, 2009

O Bufão de Natal

O jornalista e escritor Paulo Augusto lança, neste sábado, dia 13, a partir das 10h, no Sebo Vermelho (Av. Rio Branco, 705, Centro, Natal), o livro "O Bufão de Natal".
"O Bufão de Natal" enfoca como tema central o barbeiro José Antônio Areias Filho (1900-1972), que se imortalizou simplesmente como Zé Areia, um Zé Ninguém típico, na expressão reichiana, do Nordeste brasileiro, concentrando-se na emergência e alienação do operariado e das populações marginalizadas do Brasil, num enfoque da primeira metade do século 20. A obra discorre sobre os contrastes que marcam o maior e mais rico país da América Latina, no decorrer de um período dramático para o Brasil.
Na apresentação, diz o jornalista, poeta e escritor Carlos de Souza:
"A primeira vez que vi este livro nem sabia quem era o autor, mas fiquei arrebatado logo nesta primeira leitura. Eu fazia parte da comissão julgadora do Concurso Câmara Cascudo de Prosa, da Capitania das Artes, naquele ano. E foi com agradável surpresa que vi ser anunciado o nome do jornalista Paulo Augusto como autor do livro.
Zé Areia, o personagem mítico das ruas do centro de uma Natal nem tão antiga, desfila por essas páginas de admiração e algum rancor. Paulo Augusto não poupa críticas às eternas mazelas desta província vaidossa. Seu alvo é sempre o poder prepotente das elites locais. Sua paixão é desvendar os segredos desta bela e besta cidade.
O Bufão de Natal é um ensaio e, por incrível que pareça, traz um texto que jamais cansa o leitor. É uma enxurrada de informações sobre nossa cultura e sociedade, aliada a uma incrível forma de narrativa. Algum leitor descuidado pode até pensar que vai estar lendo uma prosa de ficção. Mas não se engane, aqui está a mão firma de um dos grandes jornalistas desta cidade.
Façam bom proveito desta leitura. Carlos de Souza."
O folclorista Deífilo Gurgel, no prefácio ao livro, adverte: "Neste ensaio sobre a vida de um dos mais famosos boêmios potiguares, Paulo Augusto estuda a sociedade natalense / brasileira dos meados do século passado, mais precisamente da Segunda Grande Guerra Mundial, época em que viveu José Areia, que fez história na capital norte-rio-grandense, não apenas pela vida de boêmio, que boêmios foram muitos dos seus contemporâneos, mas, principalmente, pelo arsenal de respostas ferinas, sempre prontas e engatilhadas para disparar, contra desafetos ou simples cidadãos anônimos, o que era um privilégio seu. Paulo Augusto buscou centralizar seu estudo num período determinado de tempo de nossa Capital, e aprofundou este estudo nas desigualdades sociais que determinam inevitáveis lutas surdas ou declaradas entre as classes sociais dos ricos e dos miseráveis, pelo mundo afora."
Paulo Augusto é autor do livro “Falo” (poesia), Rio de Janeiro, Edição do Autor, 1976, e Edições Sebo Vermelho (Natal/RN, 2003), “Estilhaços de Um País-Geni”, UFRN/CCHLA/Gráfica Santa Maria, 1995 (Seleta de crônicas, artigos e ensaios publicados na coluna “Balão de Ensaio” nos anos 1991-94, no Caderno de Encartes do Jornal de Natal). Textos seus integram: “Antologia de Contos Marginais Queda de Braço”, da década de 70 organizada pelo escritor Glauco Mattoso (São Paulo); “Um Dia, a Poesia”, Ayres Marques (Org.). Natal: Produção Artística e Cultural Babilônia (1996); “Antologia Literária I”, da Sociedade dos Poetas Vivos e Afins do RN, 1999; “Antologia Literária II”, da Sociedade dos Poetas Vivos e Afins do RN, 2000.
"O Bufão de Natal" joga luz e vida na verdadeira alma das ruas da capital potiguar, num ritmo frenético, pulsante, viajando com o leitor ao lado de Zé Areia.

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