domingo, outubro 11, 2009

Honoráveis bandidos

Honoráveis bandidos
Boicotado pelas livrarias maranhenses o livro “Honoráveis Bandidos – Um retrato do Brasil na era Sarney”, do jornalista e escritor paraense Palmério Dória, será lançado ainda este mês em São Luís. (José Sarney Filho, Foto)

Com informações polêmicas sobre a trajetória política do Senador José Sarney (PMDB-AP), Palmério Dória lança a cartilha que faltava para os desafetos do Dono do Mar.

Numa narrativa humorada (e ácida, por vezes) o escritor nos leva à sala de estar da família que comanda o Maranhão há mais de quatro décadas, revelando brigas, jogo de interesses e troca de favores entre várias gerações de políticos e bajuladores, dos cenários nacional e maranhense.

Aos maranhenses apreciadores da história, essa é a indicação de uma boa leitura.

No sítio do Jornal Pequeno constam alguns trechos extraídos do livro, leiam abaixo:

O PMDB ERECTO

Vizinha do pai na Praia do Calhau, vizinha do pai no Planalto: Roseana tinha gabinete montado pertinho do pai presidente da República. Comportava-se como se estivesse na própria casa.

Bocuda. E desbocada. Mal chegando às bordas do poder federal, ela presenciou o encontro em que o deputado Cid Carvalho, seu conterrâneo, pediu a Sarney apoio para o PMDB nas eleições de 1985. Cid foi enfático:

“Presidente, ao senhor interessa o PMDB erecto!”

Cid voltou o Planalto, semanas depois, desenxabido com o fracasso de seu candidato, que não passou do quarto lugar, com apenas dez mil votos. Roseana levantou o braço, de punho fechado, em posição fálica:

“Então, Cid? Cadê o PMDB erecto?”

Baixou o cotovelo e o balançou, em gesto obsceno:

“Broxou?”

(“Honoráveis Bandidos”, página 28)

A PORTA BLINDEX DO ZEQUINHA

Nem preferido da mãe, nem preferido do pai, José Sarney Filho, o Zequinha, filho do meio, é pesado de carregar. Foi ministro do Meio Ambiente de Fernando Henrique Cardoso, e mais nada.

Seu grande feito foi transferir para o seu Maranhão, então governado pela irmã, nada menos que 80 por cento das verbas de sua pasta – e Roseana achou pouco.

Quando viu que não vinha mais nada, e que o irmão, três anos mais moço, estava fugindo dela, foi até a casa dele, pegou do jardim uma pedra e atirou-a contra a porta de vidro blindex da entrada, que se espatifou. Raivosa mesmo.

(“Honoráveis Bandidos”, página 30)
(Fonte)

Nenhum comentário: