Para os que assistiram ao debate, oportunidade rara em nossa miseranda democracia (dois outros estavam marcados, mas foram boicotados pelos caciques), foi possível vivenciar dois sentimentos que se alimentam e que contribuem, ambos, para a baixa auto-estima que se verifica em meio à população. São situações vividas na rotina de nosso estado que estimulam um sentimento único e uma postura de abatimento e de aparente impotência diante do quadro político montado e ali tornado visível. Um arranjo que colabora para fortalecer uma espécie de aniquilamento da vontade de enfrentamento e de luta da população.
O primeiro indica as grandes perdas, apesar de constituir uma pseudo-derrota, pois o conflito permanece latente, diante de tudo o que foi subtraído aos potiguares em termos de infra-estrutura para a sua independência econômica e sua autonomia diante das estratégias de domínio.
A contrapartida aponta para as formidáveis dificuldades que são e serão enfrentadas para a tomada do poder pelas forças populares, ali representadas pelos dois candidatos vindos de extratos simples da população - os "descamisados" -, apesar de ser esse mesmo povo, subjugado e mantido na miséria, quem confere toda a força, poder, vigor e energia vital para a permanência de governantes das classes dominantes, alijando, do jogo político, aqueles que poderiam contribuir para desaferrolhar os elos invisíveis que a todos aprisionam.
quarta-feira, setembro 27, 2006
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