Políticos sem-vergonha: normal
nas burguesias sem ideais
José Ingenieros (1877-1925), médico, filósofo e escritor argentino, que teve profícua produção nas décadas de 1910 e 1920, escreve “O homem medíocre” como se olhasse para o Rio Grande do Norte e para o Brasil dos dias que correm. “Políticos sem-vergonha houve em todos os tempos e sob todos os regimes, mas eles encontram melhor clima nas burguesias sem ideais”.
Descreve, com vivacidade e propriedade, um quadro em tudo semelhante ao que nos deparamos nas ruas, nos salões, na mídia, nos mercados e gabinetes. Sobre a decadência moral das classes dirigentes, ele acredita que tenha início nas primeiras décadas do século 20. Escreve, como se estivesse dissecando a vida potiguar de 2006: “Em cada comarca, uma facção de cavadores detém as engrenagens do mecanismo oficial, excluindo de seu seio quem quer que desdenhe ter cumplicidade em suas empresas. Aqui são castas emergentes, ali sindicatos industriais, acolá facções de tagarelas. São quadrilhas e se intitulam partidos. Tentam disfarçar com idéias seu monopólio do Estado. São bandoleiros que buscam a encruzilhada mais impune para espoliar a sociedade.”
Deve-se ressaltar, contudo, as jóias reluzentes que restam nesse negrume, com intervenções freqüentes ou intermitentes, mas muito poucas, diante da situação extrema que vivemos. São vozes isoladas - justiça seja feita - que vez ou outra se levantam, como fósforos que se acendem, mas logo se apagam, no horizonte de breu que é nossa rotina. Foto.
nas burguesias sem ideais
José Ingenieros (1877-1925), médico, filósofo e escritor argentino, que teve profícua produção nas décadas de 1910 e 1920, escreve “O homem medíocre” como se olhasse para o Rio Grande do Norte e para o Brasil dos dias que correm. “Políticos sem-vergonha houve em todos os tempos e sob todos os regimes, mas eles encontram melhor clima nas burguesias sem ideais”.
Descreve, com vivacidade e propriedade, um quadro em tudo semelhante ao que nos deparamos nas ruas, nos salões, na mídia, nos mercados e gabinetes. Sobre a decadência moral das classes dirigentes, ele acredita que tenha início nas primeiras décadas do século 20. Escreve, como se estivesse dissecando a vida potiguar de 2006: “Em cada comarca, uma facção de cavadores detém as engrenagens do mecanismo oficial, excluindo de seu seio quem quer que desdenhe ter cumplicidade em suas empresas. Aqui são castas emergentes, ali sindicatos industriais, acolá facções de tagarelas. São quadrilhas e se intitulam partidos. Tentam disfarçar com idéias seu monopólio do Estado. São bandoleiros que buscam a encruzilhada mais impune para espoliar a sociedade.”
Deve-se ressaltar, contudo, as jóias reluzentes que restam nesse negrume, com intervenções freqüentes ou intermitentes, mas muito poucas, diante da situação extrema que vivemos. São vozes isoladas - justiça seja feita - que vez ou outra se levantam, como fósforos que se acendem, mas logo se apagam, no horizonte de breu que é nossa rotina. Foto.
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