Parte 5
As donas-de-casa, mesmo ardendo de desejos, nas precisões da família, ainda levam a vida a apreciá-los nas tevês, a nutrir um xodó por eles, como quem anda de rabicho, só para depois de votar, cair das nuvens. Triste sina. E eles vão empentelhar. Não vão para o diabo que os carregue! Mas esse é o povo brasileiro, não se emenda nem que a vaca tussa. Era pra votar nos camaradinhas aqui do bairro, não botar azeitona na empada de neguinho catimbeiro que empesteia os becos da favela. Fala, Amarante!
E agora José? Que o bicho pegou? Que o babado complicou? Nossas máfias, a cosa nostra potiguar, as quadrilhas internas, de faturamento domiciliar, grupal, trabalham em sintonia fina com as que desembarcam do exterior, para incrementar a bolsa das drogas. Os jornais andam dizendo: "O Rio Grande do Norte entrou definitivamente na rota internacional do tráfico de cocaína". Deixei de ir pra o Sul Maravilha gravar meu CD pra ficar vivendo essa sangria desatada. Dá pena abandonar a família e ganhar o mundo, feito pau-para-toda-obra. Mas o povo não perde o siso, mesmo encarando os testas-de-ferro, nos confrontos com os coronéis, os picas-grossas, os sabe-com-quem-está-falando. A gente tem nosso sangue-de-barata, zé povinho sem qualificação, mas nóis goza. Salve, Parnamirim!
Nenhum comentário:
Postar um comentário