domingo, agosto 31, 2008

Onde o RN pode chegar...

Hélio Fernandes
Tribuna da imprensa online www.tribunadaimprensa.com.br
Rio de janeiro, sábado e domingo, 30 e 31 de agosto de 2008
Milícias, traficantes, policiais corruptos
Tentam comandar o voto para prefeito do Rio

Coluna de Hélio Fernandes
A divisão do Rio em três partes, milícias, narcotraficantes, policiais corruptos, precisava de autoridades com mais competência, credibilidade, dedicação, interesse, entusiasmo e convicção do que Sérgio Cabral e Cesar Maia. Em tempos que deveriam ser chamados de normais, o que dominou foi a "anormalidade".
Sérgio Cabral herdou o caos que transformou em cimento lamacento, em calamidade, catástrofe, pânico e morte para o cidadão-contribuinte-eleitor. Mas se o cidadão-contribuinte não tem como protestar e se revoltar, chegou a vez do eleitor se manifestar e procurar solução fora daqui, lá em Brasília, diante das mais altas autoridades eleitorais.
Ressalte-se, registre-se, ressalve-se que o presidente do TRE, Roberto Wider, desde a última eleição, tem procurado eliminar os candidatos corruptos que envergonham a cidade. Ajudado por juízes como o grande advogado Marcio André Mendes Costa. Não tiveram sucesso, agora a solução tem que vir de Brasília. E virá sem dúvida alguma.
(Só que veio na contramão com os sinais trocados. Liberaram todos os que eram chamados de "fichas sujas". E foram até mais longe e rigorosamente inesperado: até os 40 do mensalão poderão se candidatar em 2010, até lá os processos não estarão julgados. E para transitar em julgado então, mais alguns anos).
A chamada política de "confronto" do governador aumentou o Poder de barganha, de exigência e de intimidação desses grupos que se sentem donos (e são mesmo) da cidade e do Estado. Agora resolveram lançar abertamente candidatos das milícias e dos traficantes, usando a força de que dispõem e a intimidação que fazem com a maior tranqüilidade.
Essas milícias, logo que conquistaram Rio das Pedras e se lançaram ao domínio de comunidades mais ricas e mais numerosas, ganharam logo, logo, o apoio ostensivo do próprio Sérgio Cabral. Declaração dele: "Temos que garantir as milícias, pois elas garantirão a segurança dos Jogos Pan-Americanos".
Com esse apoio, partiram para a extorsão, a intimidação e o lançamento de candidatos deles mesmos, da mesma família (o pior exemplo é representado pelos "gerominhos"). O vereador foi preso e está preso. O deputado estadual foi preso e está preso. E agora lançaram outra "gerominha", filha e sobrinha do crime.
NÃO PODE SER REGISTRADA DE MANEIRA ALGUMA. Ela e esses Claudio da Academia e mais uma dezena se transformaram em representantes PARLAMENTARES do crime organizado. E já decidiram. Cada favela, cada centro de crime, terá o seu vereador (agora) ou o seu deputado (estadual ou federal) depois. Isso não pode acontecer. E colocaram a exigência perturbadora: cada comunidade dessas só pode votar num candidato, o CANDIDATO DO CRIME.
O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) fez tudo que era possível para um ministro que vai comandar a eleição. Mas acontece que ele está longe, o Rio e o Estado do Rio são hoje áreas conflitantes ou de conflitos ostensivos, que não podem ser resolvidos teoricamente. Não há Força-Tarefa que consiga combater em três frentes, como é obrigatório hoje no Rio.
Depois de muitos erros, desacertos e equívocos, Sérgio Cabral conseguiu que o Exército viesse socorrê-lo. Pois na verdade, os grandes culpados de tudo são o governador e o prefeito. Faltam poucos dias para a eleição. O cidadão-contribuinte-eleitor deveria ter participação importante, votando com consciência e competência. Isso não existe por causa da insegurança geral, ninguém pode nem andar nas ruas.
PS - Falam que não elegerão candidatos apoiados pelos traficantes ou pelas milícias. Desinformação pura. O grande eleitorado do Rio, que já foi livre e oposicionista, hoje está apavorado, isolado, silenciado, assustado." Tribuna da Imprensa, Hélio Fernandes. Foto.

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