Uma mana, que cedo se perdeu, também desponta. Ela trabalhou de bedel com Marinalva, líder das prostitutas. Está na frente de batalha, em Ponta Negra. Ali o pixo é grosso. Programas de 400 a 800 real por rodada de negociação. Diga aí. Fico me roendo de inveja, mas não quero pra mim.
Fiquei cabreiro, mas orgulhoso. Pelo menos tá ocupada. A mana faz parte das minas que, no Brasil, chega a 100 mil crianças e adolescentes nas frentes de trabalho sexual do turismo. Ajudam o governo a fazer receita. Números do UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância e Juventude), do relatório Lucrando com o Abuso. No meu sonho, professora Dalvinha alertou que não haverá jeito. "Vai carregar o estigma e as conseqüências da violência pelo resto da vida". Caiu na malha que é beleza para incentivar a prática do sexo pago: aliciadores, clientes, agenciadores. Ali, é como o mercado negro. Ou o tráfico. Acorda na rede de silêncio, conivência, omissão, impunidade e violência. Mas o lucro grita. A mana é mais uma de um milhão de crianças no mundo que todos os anos entram para o multibilionário mercado do sexo. Computação da organização tailandesa End Child Prostituition in Asian Tourism, citada pelo UNICEF.
Aqui, eu soube, é como na Grécia Antiga: garotas exploradas desde os cinco anos, escravas comercializadas para a prostituição. Seus "donos" arranjam serviços sexuais desde pequenas para compensar os gastos com seu sustento. Aqui tudo é em Ponta Negra. São grandes negócios do crime organizado, com ramificações no tráfico de drogas, de armas, de pessoas. (Foto)
segunda-feira, outubro 16, 2006
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