quinta-feira, agosto 03, 2006

Última sessão de gala

Vamps históricas

Este gesto era imitado por numerosos personagens que saíam diretamente das entranhas do cinema, encaminhados à rua por Gardênia, toda galante num modelito inspirado em “Severina, a Embaixatriz”. Identificados pela ralé, esses personagens causavam entusiástico acolhimento e viva sensação, após a surpresa, alimentando uma alegria irradiante e bêbada. Eram réplicas de Greta Garbo, Sofia Loren (foto), Clark Gable, Sylvester Stallone, Mae West, Elizabeth Taylor, Ramon Novarro, Rodolfo Valentino, Liza Minnelli, Anjelica Huston, Orson Welles, Charlie Chaplin, Marlene Dietrich, Rock Hudson, Clint Eastwood, sem deixar faltar Theda Bara. E tinha razão de ser: ela estreou no cinema em 1915, no filme “A fool there was”, um tremendo sucesso de bilheteria. Com efeito, muita sensualidade na tela e uma ousadia comedida fizeram de Theda o primeiro arquétipo sexual do Cinema. Com o sucesso do filme e o encanto do público, Theda passou a ser exigida e fez mais de 40 filmes nos três anos seguintes. Por isso, uma homenagem especial fora reservada à atriz Theodoria Goodman, que viria a ser conhecida como Theda Bara, aquela que instalou o Sex appeal no cinema e o encaminhou para uma tendência erótica, vivendo papéis de “vampiras” históricas, mulheres poderosas como Salomé, Cleopatra, Carmem e outras. Na galeria dos astros e estrelas nacionais, muitos foram os monstros sagrados brasileiros clonados a ser desovados do interior do edifício, como Oscarito, Zezé Gonzaga, Grande Otelo, Zezé Macedo, Cyl Farney, Sônia Braga, Fernanda Montenegro, Zezé Mota, Vera Fischer, e muitas vedetes da pornochanchada brazuca, verdadeiros ícones do cinema tupiniquim, como Renata Fronzi, Aldine Muller, Sandra Bréa, Zaira Bueno sem faltar Jece Valadão, no retrato irretocável do cafajeste tapuia e maior nome do gênero pornô nacional.

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